Tem sido chamada de “COVID longa”, “condições pós-COVID” ou “síndrome pós-COVID” uma série de sintomas que persistem após a infecção pelo SARS-Cov-2 e a presença de muitos deles pode ser confundida com alguns transtornos mentais. São comuns, por exemplo, as queixas de fadiga, prejuízo da atenção, comprometimento da memória, alterações do sono, humor deprimido ou irritável e sintomas de ansiedade. A persistência desse quadro independe da gravidade da infecção, incluindo os casos assintomáticos, e pode durar vários meses. Suas causas ainda não estão totalmente esclarecidas, mas a hipótese principal é a de que a síndrome pós-COVID tenha relação com a intensa resposta imune e inflamatória do nosso organismo à presença do vírus.
Um quadro frequentemente encontrado no pós-COVID é o chamado “brain fog” (névoa mental). Os sintomas principais são de prejuízo da atenção, da concentração e da memória, raciocínio lento, sensação de confusão mental e dificuldade em encontrar as palavras ou para executar determinadas ações.
Todavia, em alguns casos, o diagnóstico de um transtorno mental específico pode ser efetivamente realizado, como o de depressão, por exemplo. O medo da infecção (e da morte), o isolamento social, as perdas de parentes e/ou amigos, as consequências econômicas da pandemia e todas as incertezas que estiveram presentes nos últimos anos, são fatores que nos impactaram emocionalmente em graus variáveis, chegando a comprometer a saúde mental de algumas pessoas.
Em todas essas situações, a avaliação médica é imprescindível para que se estabeleça o diagnóstico correto e que o tratamento mais indicado para cada caso seja instituído.