Esquecimentos

Uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos resulta da preocupação que muitos pacientes têm com seus esquecimentos frequentes. Embora possa ser um sintoma inicial de quadros demenciais, na maioria das vezes o esquecimento resulta de outros transtornos mentais, hábitos de vida ou uso crônico de algumas medicações.

Esquecer algo corriqueiro no dia a dia faz parte da vida de todos nós, especialmente quando ela se torna estressante e acelerada. Nos dias atuais, fica evidente a sobrecarga de tarefas, estresse e informações à qual estamos expostos: a crescente cobrança por produtividade, agendas cheias de diferentes atividades, o excesso de informações que nos chegam na palma de nossas mãos, a dificuldade em se desconectar das redes sociais… Tudo isso sobrecarrega nossa memória e, assim, acabamos nos esquecendo de algumas coisas no meio de tantas outras que preenchem nossos dias. É bom se perguntar: será mesmo necessário levar a vida assim?

É importante diferenciar esse esquecimento normal daquele que compromete nossas atividades diárias e gera prejuízo em nossa vida acadêmica e/ou profissional. Quando se esquece, por exemplo, como executar tarefas bem conhecidas, qual o caminho que se deve percorrer para chegar a um destino já conhecido e/ou dificuldades para se expressar usando as palavras corretas, uma avaliação médica se faz necessária. Neste caso, em geral, o neurologista é o profissional mais capacitado para investigar a presença de doenças neurodegenerativas.

Todavia, muitas vezes o esquecimento frequente resulta de prejuízo na capacidade de atenção e concentração e não da perda de memória em si. Transtornos de ansiedade e de humor podem ser causas de esquecimentos por causarem desatenção e falta de concentração. A privação de sono (especialmente nos casos de insônia crônica ou frequente) é outro fator que interfere na nossa capacidade de registrar e lembrar de fatos do dia a dia. Por fim, o uso crônico e indiscriminado de certos medicamentos, como Zolpidem e Clonazepam, por exemplo, pode comprometer a memória, gerando esquecimentos.

Atualmente, não podemos nos esquecer dos quadros de “brain fog” relacionados à síndrome pós-COVID. Para mais informações, veja os posts sobre este tema (Pós-COVID e Brain fog no pós-COVID).

Por tudo isso, a avaliação e o acompanhamento regular com a psiquiatria são de suma importância quando se percebe que os esquecimentos são mais frequentes que o esperado no cotidiano.

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